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Hoje falaremos um pouco mais sobre a II Unidade- O LEITOR NAVEGANTE:DA PEDRA AO DISCO ÓPTICO.
TÓPICO: LEITORES E LEITURA
"A leitura é a mais civilizada das paixões.
Mesmo quando registra atos de barbarismo, sua história é uma celebração da alegria e da liberdade."
(MANGUEL. Alberto. Uma história da leitura. São Paulo: Cia das Letras, 1997.)
Tipos de leitor
Em nossa cultura atual o conceito de leitura adquiriu dimensões diferenciadas e mais amplas. Ler não é apenas a leitura da palavra escrita, mas o ato de atribuir significados a textos de natureza múltipla: leitura do corpo, da fotografia, do desenho, da pintura, do quadrinho, da gravura, da partitura, do gráfico, do mapa, da cidade, da arquitetura, do cinema, do vídeo, da TV, dos textos da internet etc.
Diante da diversidade de leitores e leituras, a semioticista Lúcia Santaella fez uma classificação histórica a partir das habilidades sensoriais e cognitivas envolvidas no ato de ler.
De acordo com ela, há três tipos de leitor: o contemplativo, o movente e o virtual.
1. O leitor contemplativo, meditativo
Esse primeiro tipo de leitor tem diante de si objetos e signos duráveis, imóveis, localizáveis, manuseáveis: livros, pinturas, gravuras, mapas, partituras.
É o mundo do papel e da tela. O livro na estante, a imagem exposta, à altura das mãos e do olhar.
Esse leitor não sofre, não é acossado pelas urgências do tempo.
Embora a leitura da escrita de um livro seja, de fato, seqüencial, a solidez do objeto livro permite idas e vindas, retornos, re-significações. Um livro, um quadro exigem do leitor a lentidão de uma dedicação em que o tempo não conta.
Visão e imaginação constituem fundamentos dessa leitura.
Esse tipo de leitor nasceu no Renascimento e predominou até meados do século XIX.
2. O leitor movente, fragmentado
É o leitor apressado de linguagens efêmeras, híbridas, misturadas dos centros urbanos e das grandes multidões.
Surge com o advento do jornal, primeiro grande rival do livro.
A impressão mecânica aliada ao telégrafo e à fotografia gerou esse ser híbrido, testemunha do cotidiano, fadado a durar o tempo exato daquilo que noticia.
Com a sofisticação dos meios de reprodução, tanto na escrita quanto na imagem, com a reprodução fotográfica, a cidade começa a se povoar de signos, numa profusão de sinais e mensagens.
O leitor do livro, leitor sem urgências, é substituído pelo leitor movente.
Leitor de formas, volumes, massas, interações de forças, movimentos; leitor de direções, traços, cores; leitor de luzes que se acendem e se apagam.
Essa modalidade de leitura acentua-se com o advento da TV. É fugaz, novidadeiro, de memória curta, mas ágil. Leitor de partes, de fragmentos.
3. O leitor virtual, imersivo
É aquele que navega numa tela de computador, programando leituras num universo de signos que se esvaem, que desvanecem, mas sempre disponíveis, desde que não se perca a rota que leva até eles.
Se tornou possível graças à digitalização e compressão dos dados da internet. Nela, todo e qualquer tipo de signo pode ser recebido, estocado, tratado e difundido, via computador.
Aliada à telecomunicação, a informática permite que esses dados cruzem oceanos, continentes, hemisférios, conectando numa mesma rede gigantesca de transmissão e acesso, potencialmente qualquer ser humano no globo.
Não se trata mais de um leitor que acompanha as sequências de um texto, vira páginas, manuseia diversos volumes, percorre bibliotecas, mas um leitor em estado de prontidão.
Embora cada tipo de leitor apresente habilidades específicas e tenha aparecido em época diferente, um não exclui o outro. Os três podem conviver na mesma pessoa.
Atividade de reflexão (2pts):
1. Como tem sido explorada a leitura na escola?
2. Você acha que a escola tem priorizado algum tipo de leitura específica ou tem trabalhado os diferentes tipos de leitura, estudados acima, de maneira igualitária?
Poste suas respostas nos comentários do blog.
INTERNET: ESPAÇO PÚBLICO, INTELIGÊNCIA COLETIVA E PRESENÇA NA ESCOLA
A leitura na escola precisa caminhar em direção ao diálogo, à diversidade de vozes, nas palavras de Bakhtin. É possível subverter os parâmetros da escola linear, aquela que privilegia uma única concepção de leitura, excluindo assim sua dimensão criativa. Leia na página 43 do Fascículo as razões apresentadas pela pesquisadora Andréa C. Ramal para que a escola mude de opinião e dê uma chance à diversidade de leituras. Depois retorne ao blog.
Apesar das vantagens, a rede também tem aspectos negativos. Veja alguns deles:
1. Falta de acesso (exclusão digital ou infoexclusão);
2. A liberdade na internet (Crackers, pornografia, pedofilia, terrorismo digital etc);
3. Surpresas desagradáveis na pesquisa, dentre outros.
NAVEGAR A SÉRIO É POSSÍVEL? O QUE VOCÊ ACHA?
Leia na página 50 do fascículo, algumas dicas para uma pesquisa "segura" na internet.
Abraços e até mais!